Portfólio Único Estudos Sócio -Históricos e Culturais da Educação


Atividade de portfólio
Faça uma narrativa sobre os aspectos positivos e negativos dos professores que você teve em sua formação. Separe em nível fundamental, nível médio e nível superior. Cite a cidade, estado e a época dos estudos.
O portfólio deve ter no mínimo duas páginas escritas com letra tamanho 14 e espaçamento 1,5 Margens normais padrão.
O relato será ambientado no município de Tejuçuoca-Ceará, onde minha vida estudantil foi desde a primeira série (1998) até o ensino superior (2015). Já nos primeiros anos do nível fundamental, lembro que tinha uma educação muito tradicional, não lembro de professores lúdicos que faziam coisas diferentes na época que eu era criança. Nem de longe existia essa facilidade para pesquisa que existe hoje. Quando se passava alguma pesquisa para casa íamos até a Biblioteca Municipal e pesquisávamos na coleção Barsa, uma enciclopédia da capa dura e vermelha. Por minhas lembranças, essa forma de pesquisa aconteceu durante todo meu ensino fundamental e até pegou alguns anos do ensino médio.
Acredito que o ponto positivo da época era porque as crianças não tinham tanto acesso aos meios tecnológicos que existem hoje. Participávamos ativamente de todo projeto que a escola criava: teatro, dança, grupos de pesquisa, de estudos, íamos com mais frequência à biblioteca, líamos mais livros, entre outras atividades que eram propostas.
Como disse anteriormente, meus professores dos anos iniciais não eram tão lúdicos como os de hoje, que se investem bastante para eles terem formações. Era uma educação tradicional, bancária, lembro que uma vez discordei de uma professora e foi necessário meus pais comparecem na escola, pois eu estava confrontando a professora em suas aulas. A gente ia para a escola, ficava sentado, a professora passava o conteúdo e depois de alguns dias ela aplicava a prova com aquela velha revisão decoreba sem estimular os alunos a refletirem sobre as perguntas e respostas.
Quando eu saí do fundamental I e fui para o II, peguei excelentes professores no qual até hoje tenho contato. Professores que realmente eram bons e repassava o conteúdo de forma clara aos alunos. Dentre eles destaco meus professores de Português, Matemática e História, que fizeram eu ter outra visão das coisas, de começar a sonhar com a oportunidade de ser médica (que era meu sonho), de saber que eu teria que estudar bastante para conseguir alcançar esse sonho.
Passando pelo nível fundamental e indo para o médio, acredito que aqui foi onde eu mais sofri com falta de informação. Não foi fácil esses anos estudando na escola estadual. A gente saí do ensino fundamental, deslumbrada e só na outra escola é que você se dar conta que estava sonhando demais.
No primeiro ano, a escola não possuía nenhum tipo de livros. Lembro que muitas vezes, alguns professores pediam dinheiro para poder tirar cópias de um livro que eles tinham para não perdemos muito tempo copiando coisas do quadro. Lembro que perdíamos muito conteúdos durante esse ano pois era uma aula toda para copiar os assuntos e só na outra era que a gente tinha a explicação.
Hoje moro perto da escola que estudei no ensino médio e já no começo de ano vejo os pais saindo da reunião carregando na base de uns 12 livros, coisas que hoje é um livro para cada disciplina, e ainda sim vejo que os jovens não valorizam. Na minha época, nada de livros no primeiro ano, no segundo ano, apenas livros de Português e Matemática que compartilhávamos com outras turmas, e no terceiro ano livros de Português, Matemática, História, Geografia, Química, Física e Biologia.
Outra coisa marcante do ensino médio, é que ninguém alertava a gente para o mercado de trabalho. Eu pensava, e acredito que muitos dos meus amigos também, que ao concluir o ensino médio a gente iria direto para a faculdade (grande ilusão a minha). Eu queria ser médica, estudar medicina, só que só me dei conta de que isso não era possível para mim quando nem a inscrição do vestibular da UFC eu consegui fazer, quanto mais a prova.
A primeira vez que prestei o Enem foi em 2008, já no meu último ano do ensino médio. Na época, eram apenas 64 questões, e perdida eu fiquei no dia dessa prova. A gente não era preparado para esse tipo de exame, tomei um susto quando fui fazer a prova e tinha uns textos enormes, eu não consegui nem ler minha prova e nem fazer a redação no tempo previsto. Foi uma decepção e desastre por cima de desastre. Acreditava que tudo seria mais fácil. O que eu mais me lamento dessa época, era que nossos professores não nos alertavam para o que íamos passar, só dizia que a gente tinha que estudar, cada vez mais e estudar. Hoje eu vejo nessa mesma escola, a maratona Enem, feiras das profissões, grupos de estudos, que na minha época não existia isso. Terminei meu ensino médio em 2008 e só me dei conta do tamanho do atraso e defasagem de conteúdos que eu tinha/estava, quando no meu sonho de ser médica, tentei ao menos me aproximar da enfermagem, no qual prestei vestibular na UVA de Sobral e mais uma vez aquela decepção, passei foi longe de ser aprovada.
Depois de todas essas vivências e falta de informação, passei de 2009 até início de 2011 sem estudar, até que apareceu na minha cidade o vestibular de Pedagogia para a UVA. Como estava há muitos anos parada, e estava me preocupando pois não conseguia entrar nas graduações de meus sonhos, decidi prestar vestibular e agarrei a primeira oportunidade que apareceu. Só aí foi que surgiu informações, só aí apareceu professores que nos dava dicas, conversava com a gente. Lembro que uma das aulas de um professor ele comentou do Prouni (até então, falando, mas ninguém entendia como faria isso), falou do FIES, e nesse tempo, pegando essas informações não deixei que acontecesse o mesmo com a minha irmã, que sonhava em ser advogada. Com isso, incentivei e ela foi para Fortaleza em busca de seu sonho, e hoje ela já é formada e já foi aprovada na OAB e começou a trabalhar.
Hoje meu maior arrependimento, foi de ter ficado parada, atrás que alguém me dissesse informações. Me arrependo bastante de não ter ido em busca de outras maneiras. Hoje, eu conheço pessoas que estão começando agora uma graduação, mas que estudou bastante para um concurso de ensino médio (que por sinal, alguns pagam muito bem) e depois de estarem estabilizados, procuraram uma formação.
Eu, como professora atualmente, alerto para todos meus alunos e conto para eles como foi a minha vivência. Muitos ainda, não entendem, outros já dão opiniões sobre o que quer para sua vida e me pedem ajuda para o que fazerem em seguida. Acredito que minha missão de professora é não deixar que meus alunos passem pelo mesmo que passei, por não ter tido ninguém que falasse como era que a banda tocava, e que eu deveria seguir o ritmo dela.



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