Estudos Sócio-Históricos e Culturais da Educação


Crie um resumo cronológico comentado da formação social e econômica do Brasil relacionando sempre à educação.
Só conseguimos entender o presente em que estamos inseridos se buscarmos conhecer o emaranhando que foi o início da História do Brasil e a sua formação social, política e econômica. As desigualdades existentes são reflexos de imposições culturais (europeia sobre a indígena) que foi bastante conturbado para a consolidação da nossa nação. Desde o período colonial até hoje na República, por conta de toda essa mistura para a formação do Brasil, vimos o quanto precário e que não é tratada como prioridade a educação.  
Tendo os jesuítas como principais educadores de quase todo período colonial, e como cenário uma sociedade de economia agrário-exportadora, bastante explorada pela metrópole, a educação não era considerada um valor social importante, pois sua base era voltada para a catequese e formação dos indígenas, enquanto que para a elite colonial o ensino era voltado para os meninos de famílias mais ricas em que se preocupava em dar mais ênfase ao conhecimento do professor de forma hierárquica e verticalizada, e o que ele transmitia era tratado como verdade absoluta, universal, enciclopédica e inquestionável, sem permitir que o aluno indagassem tais informações e ensino, tornando assim um ser receptivo e passivo, além de não ter nenhuma preocupação e ser alheio a realidade da vida de Colônia.
Após os jesuítas, não houve no país grandes movimentos educacionais além de terem sido poucas as mudanças sofridas pela sociedade colonial entre o período do Império e da República. Por volta de 1870, o país passava por uma expansão cafeeira e passou do modelo agrário-exportador para o urbano-comercial-exportador, em que surgiu grandes percursores das ideias Iluministas, e nisso o Estado assume a educação do nosso país suspendendo o ensino religioso nas escolas públicas e disseminando uma visão burguesa de mundo e sociedade, garantindo assim uma solidez na burguesia industrial como classe dominante.
No início da década de 30, por conta da crise na bolsa de valores em 1929, a sociedade brasileira sofre profundas transformações no seu modelo socioeconômico provocando a crise cafeeira, instalando-se um modelo de substituição de importações. Desencadeia assim um movimento para reorganização da República: a Revolução de 30. No âmbito educacional, durante esse período, Vargas constitui o Ministério da Educação e em 1932 é lançado o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, priorizando a reconstrução social da escola na sociedade urbana e industrial. Também entre os anos de 1931 e 1932, efetivou-se a Reforma Francisco Campos, organizando o ensino comercial e adotando um regime universitário para o ensino superior, assim como a primeira universidade brasileira. Em 1937, Vargas se consolida no poder com ajuda de grupos militantes e apoio da classe burguesa implantando o Estado Novo e ditatorial que durou até 1945. Os debates educacionais foram paralisados.
O período de 1945 a 1960 corresponde à aceleração e diversidade do processo de substituição de importações e a entrada do capital estrangeiro. A política é baseada nos princípios da democracia liberal com crescente participação das massas. É possível ver uma aliança entre empresários e os setores populares, contra a oligarquia, e na reta final desse período percebemos as tendências populistas e antipopulista, inserindo na educação um reflexo ambíguo de grupos no poder.
Entre 1948 e 1961, surgiram lutas ideológicas em torno da oposição entre as escolas particulares e defensores das escolas públicas, em meio as essas lutas nasce o Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (INEP) e as escolas católicas se inserem no movimento e método renovador de Montessori e Lubienska.
O período pós 1964 alterou profundamente a ideologia política, a forma de governo e consequentemente a educação. Nosso modelo político-econômico tinha como característica principal um projeto desenvolvimentista que buscava acelerar o crescimento socioeconômico. A educação se preocupava em preparar pessoas para atender esse crescente desenvolvimento, a chamada Pedagogia Tecnicista. Essa educação desempenhava importante papel na preparação adequada de recursos humanos necessários a ascensão desse crescimento econômico e tecnológico que a sociedade passava. Instalou-se nas escolas a divisão do trabalho em função de uma produtividade eficiente e de eficácia. Aqui, procura-se desvincular a teoria e a prática, e o papel do professor é ser um mero executor de objetivos instrucionais.
Passando por esse período de “Anos de Chumbo” do nosso país, nos anos 80 nossa situação socioeconômica era bastante difícil por conta da elevação da inflação, dos índices de desemprego, o aumento da dívida externa e pela política recessiva. Era início de uma nova era. Instala-se a Nova República, dando ânimo aos brasileiros e para sua vida social.
A luta operária ganha força, tendo como um representante dessa classe os professores que se empenharam para reconquistar o direito e dever de participar das políticas educacionais. O Brasil passa por um processo de globalização e tecnologia, sendo necessário a capacitação de profissionais para lidar com essas informações e repassarem de forma coerente e sem acarretar prejuízos para os que recebem. Nesse viés, a sociedade está imersa na era tecnológica, produzindo e reproduzindo fatos que contribuem para a evolução e constantes transformações históricas que influenciam na formação social e educacional de nosso país. 



REFERÊNCIAS:

FORMAÇÃO SOCIAL POLÍTICA E ECONÔMICA DO BRASIL - AULA 1. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=NHGQDnH_O4s>. Acesso em: 26/09/2018.

EDUCAÇÃO, TRABALHO E CIDADANIA- A educação brasileira e o desafio da formação humana no atual cenário histórico. ANTÔNIO J. SEVERINO. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-88392000000200010>. Acesso em: 27/09/2018.


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