Análise Crítica do filme "O leitor"

Enquanto estudantes de Pedagogia, ao assistirmos o filme "O leitor" nos deparamos quanto uma pessoa não letrada sofre com as consequências disso. A vergonha, a omissão de relatar esse fato causou um dano irreparável para a personagem Hanna que foi julgada por algo que mesmo ficando evidente através do testemunho de uma das vítimas acabou acarretando a pena de prisão perpétua só para si.

Por viver em um país bastante conhecido como a "A terra dos poetas e dos pensadores" e de mínimas porcentagens de analfabetos, a cultura alemã naquela época já era bastante rica e sua cobrança por pessoas críticas o tornava mais exigente. Viver num período de transformações políticas, de uma liderança nazista e em meio a uma Guerra Mundial, exigia cada vez mais de seus habitantes uma autonomia pensante.

A personagem não queria demostrar sua fraqueza e mesmo não sabendo ler ela se deliciava com a leitura que os outros proporcionavam a ela. Mostrando-se uma pessoa sensível em algumas passagens de cena do filme no qual seu leitor sempre com um livro ou outro aparecia lendo em troca de sexo. Carregado de cenas fortes a produção cinematográfica ora ou outra nos levavam a reflexão.

Por não ter o domínio da leitura, Hanna se vê em grandes dificuldades ao deparar com um cardápio no qual resolveu pedir tal qual o do seu companheiro mesmo não sabendo o que havia pedido. É possível ver no filme o seu olhar para as crianças na mesa observando elas tão pequenas mas já com um controle sobre a codificação dos signos da língua materna e novamente o diretor nos mostra a tamanha sensibilidade da personagem ao se deparar com um lindo coral da igreja.  

Já na sala de julgamento, Hanna por falta de ser trabalhada a leitura e consciência crítica sente-se embaraçada ao compreender o que o juiz a pergunta e até mesmo para criar estratégias para sua auto defesa, deixando que suas companheiras o acuse de escrever totalmente um relatório redigido sobre o incêndio na igreja, sendo que a réu não seria capaz por conta de seu analfabetismo. Nessa cena vem o grande ápice no filme no qual a acusada tendo a chance de provar que não era possível fazer aquele relatório na hora que o juiz pede para analisar sua caligrafia acaba confessando algo que não fez por constrangimento perante uma pequena parte da sociedade.

A cada passagem de minutos do filme somos tomados para reflexão perante o que fazer ao se tornarmos professores. Vimos que a leitura na vida das pessoas é de mera importância  para reverter certas atitudes e que de fato em nosso país nossos governantes não querem brasileiros letrados e com total autoridade crítica para não baterem de frente com o governo. Toda e qual forma de opinião é propensa através de uma boa leitura. Leitura essa que venha por auxílio de conhecimentos linguísticos, textuais e de mundo que o permeia para um julgamento do certo e errado.

Mesmo com todas adversidades, Hanna por intermédio de umas gravações que Michael fizera de livros e enviara para a detenção conseguiu da sua maneira aprender a ler e a se corresponder com o agora advogado mesmo não recebendo nenhuma resposta das suas cartas. A partir do momento que conseguiu se comunicar mediante sua escrita e aprendizagem  Hanna transportou-se para um mundo que lhe daria suporte para afirmar e reafirmar aquilo que estava vendo e apreciando o doce prazer de uma leitura própria e interpretativa. 





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Grata Thaís Sant Ana






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